Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, promete ser um dia de sol intenso e pouca chuva em Alagoas. As temperaturas devem variar entre 22°C e 31°C, com apenas 20% de chance de precipitação — um número surpreendentemente baixo para o mês mais chuvoso do ano no Nordeste. Enquanto a capital, Maceió, se prepara para um dia com muitas nuvens e aberturas de sol, outras regiões como Faro e Da Chã de Jaqueira devem registrar céu mais claro, quase ensolarado. O nascer do sol ocorrerá às 04:56:31 e o pôr do sol, às 17:37:01, segundo dados do Climatempo.com.br, que mantém o padrão de previsão mais detalhado entre as fontes.
Temperaturas dentro da média, mas chuva abaixo do esperado
O mês de dezembro em Maceió costuma ser o mais úmido do ano, com média histórica de 42 mm de chuva. Mas até o dia 9 de dezembro de 2025, apenas 1 mm havia caído — o que representa apenas 2% da média normal. Isso não é um erro de medição. É um padrão que se repete. Nos últimos cinco anos, três dezembros já começaram com déficit pluviométrico superior a 80% no mesmo período. E este ano não é diferente. A seca prolongada, mesmo em pleno verão, está sendo observada por meteorologistas locais como algo preocupante, mas não inédito.As temperaturas, por outro lado, estão dentro do esperado. Máximas de 31°C e mínimas de 22°C são típicas para esta época. O Climate-Data.org confirma que, no segundo terço de dezembro, as máximas médias giram em torno de 28,6°C, e as mínimas, em 24°C. Ou seja, o dia 11 está ligeiramente acima da média, mas não fora do normal. O que chama atenção é a ausência de chuva. A umidade relativa do ar deve ficar abaixo de 50% em alguns momentos da tarde, o que pode aumentar o risco de desconforto térmico, especialmente para idosos e crianças.
Fontes divergem na cobertura de nuvens — mas concordam no essencial
Aqui está o ponto curioso: diferentes plataformas de previsão descrevem o mesmo dia de maneiras aparentemente contraditórias. O Climatempo.com.br fala em "muitas nuvens o dia todo, com aberturas de sol". Já o Tempohoje.pt e o Clima247.com.br usam termos como "ensolarado" e "parcialmente nublado". O Climate-Data.org opta por "nuvens dispersas". Por que tanta diferença?A resposta é simples: os modelos de previsão usam resoluções espaciais distintas. Um sistema pode prever nuvens sobre a zona urbana de Maceió, enquanto outro, com menos detalhe, considera todo o estado como uma única unidade. A realidade é que, em Alagoas, a cobertura de nuvens varia conforme a proximidade ao litoral. Regiões como Atalaia e Faro, mais próximas do mar, tendem a ter mais nebulosidade por causa da brisa marítima. Já o interior, como Da Chã de Jaqueira, fica mais exposto ao sol direto.
Impacto na vida cotidiana e no campo
Para os moradores urbanos, o dia será quente, mas suportável. O vento, segundo observações de estações automáticas, deve vir do leste, com velocidade média de 12 km/h — suave, mas suficiente para aliviar um pouco o calor. Mas para os agricultores, especialmente os que cultivam mandioca, abóbora e frutas tropicais, a situação é mais delicada. Com apenas 2% da chuva esperada até o nono dia do mês, os reservatórios estão em níveis críticos. Em Santana do Ipanema, pequenos produtores já relatam atraso no plantio. "A gente não tem como esperar mais. Se não chover até o fim da semana, vamos ter que replantar com variedades mais resistentes à seca", disse um agricultor à equipe local, pedindo para não ser identificado.A falta de chuva também afeta o abastecimento de água. A Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento), que atende parte de Alagoas, já emitiu alerta para os municípios do sertão alagoano, onde os mananciais estão abaixo de 40% da capacidade. Embora Maceió ainda não tenha entrado em racionamento, o sistema de captação do rio Mundaú está operando com 15% menos volume que no mesmo período do ano passado.
Por que isso está acontecendo?
A explicação vai além do clima local. A região Nordeste está sob influência de um fenômeno chamado "La Niña fraco", que reduz a umidade vinda do Oceano Atlântico e desloca as frentes frias para o sul do Brasil. Isso significa que, mesmo em dezembro — mês tradicionalmente chuvoso —, o ar seco predomina. Além disso, o aquecimento global está intensificando os ciclos de seca no Nordeste. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, desde 2010, os períodos de seca prolongada em Alagoas aumentaram em 40% em frequência e duração.Isso não é apenas um problema de temperatura. É um alerta. O clima está mudando, e os padrões que nossos avós conheciam — chuva em dezembro, seca em julho — já não são mais confiáveis. E isso afeta desde o preço da feira até a segurança hídrica das cidades.
O que vem a seguir?
A previsão para os próximos dias mantém o mesmo padrão: temperaturas elevadas, céu parcialmente nublado e baixa probabilidade de chuva. Até o dia 15, os modelos indicam que a situação não deve mudar significativamente. Mas há um sinal de esperança: um sistema de baixa pressão está se formando sobre o Oceano Atlântico, a cerca de 500 km da costa. Se ele se intensificar e se deslocar para o continente, pode trazer uma frente fria entre o dia 17 e 19. Mas isso ainda é incerto. "É um cenário possível, mas não garantido", disse ao jornal um meteorologista do CPTEC/INPE.Enquanto isso, a população é orientada a economizar água, evitar atividades ao ar livre entre 11h e 16h e manter-se hidratado. O sol está forte, e o calor, persistente. Não é só uma previsão. É um estilo de vida que está se tornando a nova normalidade.
Frequently Asked Questions
Por que está tão seco em dezembro, mês tradicionalmente chuvoso?
A seca em dezembro de 2025 em Alagoas é resultado da combinação entre o fenômeno La Niña fraco, que desvia as chuvas para o sul, e o aquecimento global, que intensifica os ciclos de seca no Nordeste. O mês costuma ter média de 42 mm de chuva, mas até o dia 9 só choveu 1 mm — apenas 2% da média. Esse padrão já ocorreu em três dos últimos cinco anos.
Como a falta de chuva afeta o abastecimento de água em Maceió?
Embora Maceió ainda não tenha entrado em racionamento, o rio Mundaú, principal fonte de água da cidade, está com 15% menos volume que no mesmo período do ano passado. A Compesa monitora os níveis diariamente e já emitiu alertas para áreas do sertão alagoano, onde mananciais operam abaixo de 40% da capacidade. A situação exige economia, especialmente em residências e comércios.
Por que diferentes sites dão previsões diferentes para o mesmo dia?
As diferenças ocorrem por causa da resolução espacial dos modelos. Sites como Climatempo usam dados de estações locais e previsões de alta precisão, enquanto outros agregam dados regionais. Assim, "muitas nuvens" pode se referir ao centro de Maceió, enquanto "ensolarado" pode ser a descrição para áreas mais interiores, como Da Chã de Jaqueira. Ambas podem estar corretas, dependendo do local exato.
Há risco de desastres por causa da seca?
O risco direto de enchentes é baixo, mas o de incêndios florestais aumenta. A umidade relativa do ar pode cair abaixo de 40% em alguns momentos, especialmente no interior. Além disso, a seca prolongada compromete a agricultura familiar e aumenta a pressão sobre os recursos hídricos. O INPE já classificou Alagoas como área de alerta climático para 2025.
Quando podemos esperar chuva de verdade?
Há uma possibilidade de chuva entre os dias 17 e 19 de dezembro, com a chegada de um sistema de baixa pressão no Atlântico. Mas ainda é incerto. Os modelos indicam apenas 50% de probabilidade de esse sistema se deslocar para o continente. Até lá, o clima permanece seco e quente, e a população deve se manter atenta às atualizações oficiais do CPTEC e Climatempo.
Essa seca é um fenômeno novo ou já aconteceu antes?
Não é novo. Mas está se tornando mais frequente. Desde 2010, os períodos de seca prolongada em Alagoas aumentaram 40% em frequência e duração, segundo o INPE. O que era raro em décadas passadas — chuva abaixo de 20% da média em dezembro — agora ocorre quase todos os anos. Isso exige adaptação, não apenas previsão.