Vale Tudo: Leila e Marco Aurélio são presos em final surpreendente
Igor Martins 6 outubro 2025 1 Comentários

Nos últimos capítulos da nova versão de Vale Tudo, Leila (Carolina Dieckmann) e Marco Aurélio (Alexandre Nero) foram detidos em uma tentativa de fuga que terminou em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, um desfecho que rompe drasticamente com o final da novela original de 1988.

A cena foi gravada na terça‑feira, 30 de setembro de 2025, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, onde o local foi transformado em uma pista clandestina para reproduzir a perseguição policial. O corte mostrou a polícia interrompendo o casal no "aeroporto" improvisado, impedindo o agora icônico gesto da "banana" que marcara a versão anterior.

Um novo desfecho para a trama

Segundo a autora da adaptação, Manuela Dias, escritora e roteirista, a mudança foi intencional para reforçar a crítica à impunidade que ainda permeia a sociedade brasileira. "Queremos mostrar que, mesmo na ficção, os vilões não podem escapar ilesos da Justiça", declarou a criadora em entrevista coletiva.

No penúltimo capítulo, Leila e Marco Aurélio planejam fugir do país usando um avião privado. Contudo, a polícia chega a tempo, reconduzindo o casal à prisão. No último episódio, marcado para ir ao ar em 17 de outubro de 2025, eles são liberados apenas sob condição de uso de tornozeleira eletrônica, simbolizando a vigilância contínua do Estado.

Comparação com a versão de 1988

A novela original, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, terminou de forma mais ousada: Leila, interpretada por Cássia Kis, foge ao lado de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) e, no avião, faz o famoso aceno de "banana", simbolizando a arrogância de quem se acha intocável. Naquela época, o final virou marco da teledramaturgia brasileira, gerando debates sobre ética e justiça social.

Hoje, os roteiristas – Aline Maia, roteirista, Claudia Gomes, roteirista, Márcio Haiduck, roteirista, Pedro Barros, roteirista e Sérgio Marques, roteirista – decidiram subverter a expectativa ao colocar o casal sob a custódia policial. "A ideia era fechar o círculo: o que começa como corrupção e impunidade termina com responsabilidade", explicou Maia.

Bastidores da gravação em Campo dos Afonsos

A produção mobilizou equipe de som, iluminação, veículos de apoio e até uma equipe de segurança para criar a sensação de uma operação real. A direção artística ficou a cargo de Paulo Silvestrini, diretor artístico, enquanto Cristiano Marques, diretor geral coordenou o conjunto.

Diretores de cena – Isabella Teixeira, diretora de cena, Augusto Freitas, diretor de cena e Matheus Senra, diretor de cena – orquestraram a sequência de perseguição com detalhes que lembram reais operações da Polícia Federal.

A produção executiva ficou nas mãos de Luciana Monteiro, produtora, com Lucas Zardo, produtor executivo. A direção de gênero, responsável por manter o tom dramático, foi assinada por José Luiz Villamarim, diretor de gênero.

Reações e críticas

Reações e críticas

Imediatamente após a divulgação dos bastidores, fãs nas redes sociais dividiram opiniões. Enquanto parte aplaudiu a coragem de mudar o final clássico, outros lamentaram a perda da "rebeldia" da banana. O crítico cultural Caio Moura, do site Cultura Pop, escreveu: "A nova conclusão resgata a esperança de que a Justiça — ainda que tardia — pode alcançar os poderosos. É um passo importante para a narrativa brasileira".

Já a atriz Carolina Dieckmann, que interpreta Leila, comentou em entrevista: "Foi desafiador aceitar que minha personagem, que sempre buscou escapar, agora tem que enfrentar as consequências. Mas o arco faz sentido dentro da crítica social que a novela propõe".

O que isso diz sobre a impunidade no Brasil

Ao usar a tornozeleira eletrônica como símbolo, a novela traz à tona debates atuais sobre medidas alternativas de punição e monitoramento. Especialistas em direito penal, como a professora Ana Lúcia Azevedo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmam que a estratégia é "uma forma de representação da nova realidade judicial, onde o controle tecnológico substitui, em parte, a prisão tradicional".

Entretanto, críticos apontam que a medida pode ser vista como um mero artifício dramático que não resolve o problema de desigualdade no acesso à justiça. "A ficção pode inspirar, mas a mudança real depende de políticas públicas eficazes", alerta o advogado especializado em direitos humanos, Dr. Roberto Guimarães.

Próximos passos e expectativa

Próximos passos e expectativa

O último capítulo, marcado como final de Vale TudoRede Globo, promete fechar a saga do casal com um toque de realismo social que pode influenciar futuras produções televisivas. Analistas de audiência já preveem picos de audiência acima de 30% no horário nobre.

Se a novela conseguiu, de fato, mudar a percepção do público sobre impunidade, ainda será medido nos próximos meses, quando a discussão migrar das redes sociais para o debate político. Enquanto isso, Leila e Marco Aurélio seguem sob vigilância eletrônica, lembrando que, na ficção como na vida, nem sempre a "banana" vence a polícia.

Perguntas Frequentes

Como a mudança no final de Vale Tudo impacta a crítica social da série?

Ao substituir a fuga livre pela prisão com tornozeleira, a novela reforça a mensagem de que a impunidade não é inevitável. O símbolo tecnológico traz a discussão para o presente, mostrando que o Estado ainda tem meios de monitorar e punir crimes, mesmo que de forma menos agressiva que a prisão tradicional.

Quais são as principais diferenças entre a versão de 1988 e a de 2025?

Na versão de 1988, Leila e Marco Aurélio escapam do país e celebram a impunidade com o gesto da "banana". Em 2025, a trama termina com a captura do casal e a imposição de tornozeleira eletrônica, mudando o tom de celebração para um alerta sobre justiça e responsabilidade.

Quem são os principais responsáveis pela nova adaptação?

A autoria recai sobre Manuela Dias, com co‑roteiristas Aline Maia, Claudia Gomes, Márcio Haiduck, Pedro Barros e Sérgio Marques. A direção artística fica a cargo de Paulo Silvestrini, com Cristiano Marques como diretor geral.

Quando será exibido o episódio final?

O último capítulo está programado para entrar em transmissão na noite de 17 de outubro de 2025, às 21h30, no prime time da Rede Globo.

Qual a opinião de especialistas sobre o uso da tornozeleira eletrônica na trama?

A professora Ana Lúcia Azevedo vê a escolha como um reflexo das políticas de monitoramento atual, enquanto o advogado Roberto Guimarães alerta que a medida pode ser meramente simbólica, sem enfrentar as causas estruturais da impunidade.

1 Comment
Rafaela Antunes
Rafaela Antunes

outubro 6, 2025 AT 19:26

A mudança de final em Vale Tudo realmente mexeu com a cara da novela.
Trocar uma fuga emblemática por tornozeleira parece um tapa na cara dos fãs que amam o romântico da 'banana'.
É como se a produção estivesse tentando imprimir moralismo de madrugada.
Mas não podemos negar que a intenção de criticar a impunidade tem mérito.
A televisão precisa refletir a realidade, não é só entretenimento vazio.
Ainda assim, substituir o gesto icônico por tecnologia soa forçado.
A narrativa perde aquele toque de rebeldia que era a alma da obra original.
Ao colocar Leila e Marco sob vigilância, o roteiro virou discurso institucional.
Isso pode ser visto como autopromoção de políticas públicas que ainda não funcionam.
Além disso, a escolha da gravação em Campo dos Afonsos trouxe autenticidade visual.
Mas a montagem exagerada de helicópteros fez parecer mais um filme de ação barato.
Os diálogos ficaram carregados de didática, como se o telespectador fosse serado a um sermão.
Ainda admiro a coragem dos roteiristas em fugir da fórmula tradicional.
Porém, a falta de nuance pode alienar quem busca complexidade psicológica.
No fim, a novela acabou se tornando um manifesto, e isso divide quem a acompanha.

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