Associação Comercial lança Gasto Brasil e celebra 20 anos do Impostômetro
Igor Martins 9 outubro 2025 9 Comentários

Na Inauguração do Gasto BrasilPátio do Colégio, realizada no coração da capital paulista, Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo anunciou uma nova era de transparência nos gastos públicos.

Histórico do Impostômetro e sua importância

O painel conhecido como Impostômetro nasceu em 2005, idealizado por Guilherme Afif Domingos, então presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil. Desde então, ele registra diariamente o total pago pelos brasileiros em tributos federais, estaduais e municipais.

Em 20 de agosto de 2025, o Impostômetro marcou R$ 2,5 trilhões arrecadados – 23 dias antes do mesmo marco de 2024. O salto de 9,31% em relação ao ano anterior foi explicado por Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, que apontou "um conjunto de medidas fiscais, ajustes de alíquotas e maior eficiência na arrecadação".

Lançamento do Gasto Brasil: como funciona

O Gasto Brasil complementa o Impostômetro ao mostrar, em tempo real, quanto o governo gasta em saúde, educação, infraestrutura e outras áreas. Cada ponto de exibição funciona como uma "calculadora" pública: basta observar o valor exibido para saber se o gasto está dentro do ritmo esperado.

Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, destacou que a ferramenta será replicada em associações de todo o país. "Com a capilaridade da nossa rede, podemos levar esse monitoramento a municípios que, antes, não tinham acesso a dados tão claros", disse.

Marcos e números que chamam atenção

Marcos e números que chamam atenção

  • R$ 3 trilhões já contabilizados como gastos públicos pelo painel, segundo a Federaminas.
  • Em 2024, o total de tributos pagos chegou a R$ 3,6 trilhões – a maior marca da história do Impostômetro.
  • No dia 30 de março de 2025, o Impostômetro atingiu R$ 1 trilhão de arrecadação, cinco dias antes do ano passado.
  • A campanha de Minas Gerais pretende instalar 25 painéis do Gasto Brasil em cidades estratégicas até o fim de 2025.

Valmir, representante da Federaminas, reforçou: "Transparência é pilar fundamental para uma sociedade mais justa e um ambiente de negócios saudável. O Gasto Brasil traz esse diálogo direto ao cidadão".

Reações dos protagonistas

"Controlar os gastos públicos é uma tarefa que nem sempre os governantes conseguem cumprir. A eficiência da máquina pública passa, impreterivelmente, na boa gestão dos recursos arrecadados", afirmou Ordine, lembrando que a iniciativa nasce da necessidade de fiscalizar cada centavo derivado dos impostos.

Afif Domingos, presente como presidente Emérito da CACB, ressaltou que o painel já se tornou um símbolo de responsabilidade fiscal: "Quando alguém vê, ao abrir a porta da sede da ACSP, o número que corresponde ao que paga ao Estado, a percepção muda".

Cotait Neto ainda apontou que a expansão nacional pode criar "pontos de referência" que impulsionem debates nas câmaras municipais, estimulando ajustes orçamentários mais alinhados à realidade local.

Impactos esperados e próximos passos

Impactos esperados e próximos passos

Especialistas acreditam que a visualização imediata dos gastos pode pressionar gestores a cortar despesas ineficientes. A professora de finanças públicas da USP, Marina Lemos, comentou que "a visibilidade gera responsabilidade – quando o cidadão vê onde o dinheiro está sendo aplicado, há um incentivo natural à demanda por melhor prestação de serviços".

Nos próximos meses, a CACB planeja uma série de workshops para treinar associações regionais no uso dos painéis. A expectativa é que, até 2026, pelo menos 150 municípios tenham um painel Gasto Brasil em funcionamento.

Enquanto isso, a ACSP prepara uma versão digital da ferramenta, que poderá ser acessada via aplicativo móvel, permitindo que usuários consultem os dados de gastos em tempo real, de qualquer lugar.

Perguntas Frequentes

Como o Gasto Brasil difere do Impostômetro?

O Impostômetro mostra quanto o cidadão paga em tributos; o Gasto Brasil revela para onde esse dinheiro vai. Assim, a combinação dos dois painéis permite acompanhar arrecadação e aplicação em tempo real.

Quais entidades podem instalar o painel do Gasto Brasil?

Associações comerciais, federações setoriais e até prefeituras interessadas podem adquirir o painel. A campanha da Federaminas já inclui apoio técnico e financeiro para municípios de Minas Gerais.

Qual foi o recorde de arrecadação do Impostômetro em 2025?

Em 20 de agosto de 2025, o painel registrou R$ 2,5 trilhões, superando o mesmo período de 2024 em 9,31%.

O que especialistas dizem sobre o impacto da transparência fiscal?

Segundo a professora Marina Lemos, da USP, a visibilidade dos gastos públicos pressiona gestores a melhorar eficiência e cria um ambiente propício para que a sociedade cobre resultados mais concretos.

Quando a versão digital do Gasto Brasil será lançada?

A ACSP pretende disponibilizar o aplicativo móvel ainda no segundo semestre de 2025, permitindo que cidadãos consultem os números de gastos a partir de smartphones.

9 Comentários
Wellington silva
Wellington silva

outubro 9, 2025 AT 00:50

O surgimento do Gasto Brasil traz à tona um debate que vai além de números; trata-se de epistemologia fiscal, da relação entre arrecadação e aplicação. Quando observamos o painel, percebemos que a visualização em tempo real pode se tornar um eixo de feedback para políticas públicas. A transparência, nesse sentido, funciona como um mecanismo de autocorreção, reduzindo a assimetria de informação entre Estado e cidadão. Contudo, a eficácia depende da capacidade institucional de traduzir esses dados em ação concreta. Sem um compromisso genuíno, o painel permanece mera vitrine.

Jose Ángel Lima Zamora
Jose Ángel Lima Zamora

outubro 14, 2025 AT 15:14

É imperativo reconhecer que a iniciativa do Gasto Brasil, embora louvável em teoria, apresenta limitações intrínsecas que não podem ser ignoradas. Primeiramente, a mera exposição dos números não garante a capacidade de análise crítica por parte da população, sobretudo em um contexto de baixa alfabetização fiscal. Em segundo lugar, a dependência de fontes estaduais para atualização dos dados pode gerar lacunas temporais que comprometem a fidedignidade das informações. Além disso, a ausência de indicadores qualitativos – como eficiência dos serviços-reduz o painel a um contador bruto de valores monetários. A comparação entre arrecadação e gasto, sem considerar a estrutura de custos operacionais, pode produzir interpretações equivocadas. Também é relevante observar que a implantação de painéis em municípios menores requer infraestrutura tecnológica que muitas vezes falta. O custo de manutenção desses dispositivos, que inclui energia, conectividade e mão‑de‑obra especializada, deve ser ponderado frente ao benefício marginal esperado. Não podemos olvidar que a simples leitura de um número não evidencia a complexidade dos processos orçamentários, como a classificação de despesas e as regras de repasse de recursos. É igualmente essencial que haja integração com plataformas digitais que permitam ao cidadão aprofundar sua análise, algo que ainda não foi plenamente implementado. A responsabilidade de interpretar esses dados recai, inexoravelmente, sobre o agente público, que deve fornecer contextualização e orientar o debate. Sem essa mediação, corre‑se o risco de surgimento de narrativas simplistas, alimentadas por preconceitos ou interesses políticos. A transparência, portanto, deve ser acompanhada de educação fiscal, programa que ainda não tem prioridade nas agendas governamentais. Em síntese, o Gasto Brasil tem potencial transformador, mas apenas se for inserido em um ecossistema mais amplo de responsabilização e capacitação cidadã. Caso contrário, permanecerá como um símbolo estético, distante da efetiva governança fiscal.

Mauro Rossato
Mauro Rossato

outubro 20, 2025 AT 05:38

Esse painel é tipo um neon que ilumina a real do nosso bolso, né? Tô curtindo ver o número subindo e descendo, dá pra sentir a pulsação da cidade. Se todo mundo puder conferir, a gente evita aquela "surpresinha" de taxa que ninguém espera. Bora espalhar esse jeito de ver o gasto, fica lindo na tela das cidades.

Tatianne Bezerra
Tatianne Bezerra

outubro 25, 2025 AT 20:02

É hora de acordar, galera! Não podemos ficar de braços cruzados enquanto o governo faz o que quiser com o nosso dinheiro. Cada número no Gasto Brasil é um grito de alerta para a gente cobrar mais eficiência. Se não houver pressão, nada muda! Então, levanta a voz, compartilha esses dados e faz o poder sentir o peso da nossa cobrança. Não é opcional, é obrigação!

Debora Sequino
Debora Sequino

outubro 31, 2025 AT 10:26

Ah, que surpresa, mais um painel brilhante!?!?!

Larissa Roviezzo
Larissa Roviezzo

novembro 6, 2025 AT 00:50

Nem tudo são flores esse tal de painel não vai virar mais um objeto de propaganda tá na hora de analisar quem realmente se beneficia antes de aplaudir tudo

Luciano Hejlesen
Luciano Hejlesen

novembro 11, 2025 AT 15:14

🤔 Olha só, mais um brinquedo de gabinete para disfarçar a falta de política fiscal real. Enquanto a gente se perde em gráficos bonitos, o dinheiro continua sumindo em contratos obscuros. A elite já tem a resposta pronta: “transparência”, mas esquece de entregar resultados. Se quiserem impressionar, primeiro mostrem onde o dinheiro vai de fato, não só o número no display. 😒

Marty Sauro
Marty Sauro

novembro 17, 2025 AT 05:38

Que incrível, né? Agora a gente pode assistir ao “show de luzes” dos gastos como se fosse um reality show. Se isso realmente fizer a gente cobrar mais, então parabéns ao pessoal que trouxe a TV para a praça. Mas enquanto não houver ação, o painel é só decoração. Vamos torcer para que alguém realmente use esses números, senão…

Aline de Vries
Aline de Vries

novembro 22, 2025 AT 20:02

Olha, o Gasto Brasil pode ser a ponte entre o cidadão e o Estado, mas só se a gente aprender a ler esses números sem se perder. Aí já dá pra fazer aquela análise de onde o dinheiro tá indo e cobrar melhorias. Não basta só olhar, tem que entender e agir. Vamo que vamo, o futuro da política tá nas nossas mãos.

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