Dois brasileiros viajam para a altitude, outro encara o Monumental lotado, e a TV já tem grade definida. As quartas de final da Copa Libertadores 2025 tomam duas semanas inteiras de setembro, com oito times brigando por quatro vagas na semifinal. É fase de decisões apertadas, estádio cheio e muita grana em jogo.
O calendário está amarrado: jogos de ida entre 16 e 18 de setembro; volta entre 23 e 25 do mesmo mês. Depois, as semifinais ficam para 22 e 29 de outubro, e a finalíssima, jogo único, está marcada para 29 de novembro. Quem levantar a taça garante presença na Copa Intercontinental 2025, vaga direta na fase de grupos da Libertadores 2026 e um lugar no Mundial de Clubes da FIFA de 2029.
Quartas de final: jogos, datas e cenários
Três brasileiros seguem na disputa: São Paulo, Palmeiras e Flamengo. Do outro lado, a Argentina domina os cruzamentos, com River Plate, Estudiantes, Vélez Sarsfield e Racing Club, além da LDU representando o Equador.
- São Paulo x LDU (EQU)
- Ida: Estádio Casa Blanca, Quito (16 a 18/9, data exata definida pela Conmebol)
- Volta: Morumbis, São Paulo – 25/9 - Palmeiras x River Plate (ARG)
- Ida: Monumental de Núñez, Buenos Aires (16 a 18/9)
- Volta: Allianz Parque, São Paulo – 24/9 - Flamengo x Estudiantes (ARG)
- Ida: Maracanã, Rio de Janeiro (16 a 18/9)
- Volta: Jorge Luis Hirschi, La Plata – 25/9 - Vélez Sarsfield (ARG) x Racing Club (ARG)
- Ida: José Amalfitani, Buenos Aires – Racing 1 a 0
- Volta: El Cilindro, Avellaneda – 23/9
O São Paulo tem um desafio típico de Libertadores: abrir a série em Quito, a 2.850 metros de altitude. A LDU conhece bem esse trunfo e tem histórico recente de mata-mata pesado — foi campeã da Sul-Americana em 2023, derrubando adversários com organização e bola parada forte. A volta no Morumbis, dia 25, deve lotar. O jogo tende a ser de paciência: controlar o ritmo em Quito para decidir em casa.
Palmeiras e River Plate é jogo grande por natureza. Dois elencos acostumados com quartas e semifinais, dois técnicos que gostam de controle de meio-campo e transição rápida. A ida no Monumental promete pressão desde o apito inicial; a volta, no Allianz, empurra o Palmeiras com um ambiente que costuma pesar. É confronto que lembra a semifinal de 2020, com muita marcação, bola aérea disputada e detalhes decidindo.
O Flamengo abre no Maracanã contra o Estudiantes, que carrega a escola de La Plata: time intenso, forte em duelos e perigosíssimo em cruzamentos e bolas paradas. A volta no acanhado e barulhento estádio Jorge Luis Hirschi, dia 25, pede atenção: campo mais compacto, clima de caldeirão e jogo brigado. Para os cariocas, é crucial construir vantagem no Rio para não sofrer na Argentina.
O quarto duelo é argentino puro. O Racing venceu por 1 a 0 no José Amalfitani e leva para Avellaneda uma vantagem que não garante conforto, mas muda o jeito de jogar. O Vélez vai ter de propor, algo que abre espaço para transições do Racing no El Cilindro. A data da volta, 23 de setembro, coloca esse jogo como o primeiro a definir semifinalista.
Vale lembrar: a Conmebol aboliu o gol qualificado. Empate no agregado? Pênaltis direto nas quartas, sem prorrogação. A prorrogação entra só na final.
Onde assistir, formato e premiações
A divisão de transmissões está fechada. Globo, GeTV e ESPN exibem os jogos entre Palmeiras e River Plate. O Paramount+ transmite Vélez Sarsfield x Racing e São Paulo x LDU. Já Flamengo x Estudiantes fica com ESPN e Disney+. A grade detalhada de horários sai conforme ajustes de logística e segurança em cada praça, mas as datas de volta estão cravadas: 23, 24 e 25 de setembro.
O formato mantém a ida e volta nas quartas e semifinais. O mando do segundo jogo é do time com melhor campanha geral até aqui, o que ajuda a explicar brasileiros decidindo em casa nos confrontos citados. A sequência do calendário é apertada, mas dá uma semana de intervalo entre os jogos, o que influencia na recuperação física e no planejamento de viagem, especialmente para quem enfrenta altitude ou deslocamentos longos entre Brasil, Argentina e Equador.
No bolso, a diferença é gigantesca. Só por chegar às quartas, cada clube embolsa US$ 1,7 milhão. O salto para a semifinal rende US$ 2,3 milhões. Na decisão, o vice leva US$ 7 milhões, e o campeão, US$ 24 milhões. Somado ao que já caiu na conta na fase de grupos — US$ 3 milhões de participação e mais US$ 330 mil por vitória —, quem for longe pode fechar a campanha com uma arrecadação que muda orçamento de temporada e mercado de transferências.
Esses números ajudam a entender a tensão de cada 90 minutos. Em duelos de força e detalhes, como Palmeiras x River e Flamengo x Estudiantes, qualquer bola parada vira meio gol. No caso do São Paulo, a gestão do esforço em Quito — com atenção à intensidade nos primeiros 20 minutos — costuma fazer a diferença. Para o Racing, proteger a vantagem no primeiro tempo e explorar contra-ataques pode ser o caminho contra um Vélez que vai precisar arriscar.
Na projeção do chaveamento, as semifinais marcadas para 22 e 29 de outubro empurram a decisão para quase um mês depois, em 29 de novembro. É janela suficiente para recuperar lesionados, ajustar elenco e, no caso de quem avançar com pênaltis, reorganizar a parte mental. A final única vira um evento à parte, com prorrogação em caso de empate e tudo o que envolve jogo de título continental.
Para o torcedor, o guia é simples: acompanhar as datas de volta já anunciadas e confirmar os horários com a emissora que detém o jogo do seu time. Quem prefere streaming tem Paramount+ e Disney+ em partidas específicas; quem vai de TV aberta e esportiva tradicional fica com Globo e ESPN. Setembro promete noites longas de Libertadores — e decisões que podem desenhar o campeão de 2025.
