Em meio a uma das temporadas mais agitadas da história da organização, a FURIA Esports — sediada em São Paulo — transformou sua estrutura em 2025, entrando em novos jogos, trocando jogadores e enfrentando os maiores nomes do cenário global. A equipe, que antes era vista principalmente como uma força do Counter-Strike no Brasil, agora compete em três grandes títulos simultaneamente: CS2, VALORANT e PUBG, com um calendário que vai da Polônia à China, passando por eventos que movimentam milhões em prêmios. O que parecia uma estratégia de diversificação se tornou, na prática, uma aposta ousada para se manter relevante no topo do esports mundial.
Renovação e perdas: o jogo das trocas
Em março, a KRÜ Esports anunciou a contratação de honda, um dos jogadores mais consistentes da FURIA nos últimos anos. A saída foi sentida como um golpe, mas não surpreendeu. A organização brasileira já vinha reestruturando sua base desde o fim de 2024, buscando recarregar o elenco com talentos mais jovens e com maior potencial de crescimento. A chegada de YEKINDAR em 23 de abril foi o contragolpe: um dos nomes mais temidos no CS2 atual, conhecido por sua precisão letal e liderança em momentos críticos. Apesar de não ter sido revelado seu país de origem ou equipe anterior, a imprensa internacional já o associa à sua passagem pela Team Liquid e à sua performance no BLAST Premier 2024. A FURIA não confirmou detalhes, mas fontes próximas ao time dizem que o acordo foi fechado com um contrato de dois anos — um sinal claro de que a equipe não está mais brincando de brincar.Retorno ao PUBG e estréia no VALORANT
Enquanto o CS2 era o foco, a FURIA surpreendeu ao retornar ao PUBG Global Series 7 em 28 de abril, após quase um ano afastada da cena de battle royale. O novo elenco, formado por jogadores do cenário sul-americano, não chegou às finais, mas conquistou atenção por sua agressividade tática — algo que a organização já havia prometido como estilo de jogo. O verdadeiro salto, porém, veio em 14 de julho, quando a FURIA revelou seu time completo de VALORANT Champions Tour 2025: Americas Stage 2. A parceria com a Riot Games foi crucial: sem o apoio da desenvolvedora, o time não teria acesso a treinamentos oficiais, mapas exclusivos ou até mesmo licenças para competir em eventos regionais. O time, composto por jovens de São Paulo, Rio e Minas Gerais, já está entre os 8 melhores da América Latina, e a expectativa é que se classifiquem para o Masters de Madri em outubro.Eliminação em Katowice e a lição aprendida
O primeiro grande teste da nova FURIA aconteceu em 3 de fevereiro, no Spodek Arena em Katowice, Polônia, durante o IEM Katowice 2025. Diante da Astralis, a equipe brasileira perdeu por 2-1 em uma partida emocional, com o mapa Overpass decidido nos últimos segundos por um único flash. A derrota foi dura — e, para muitos, inesperada. Mas foi também esclarecedora. “Nós sabíamos que não éramos favoritos, mas não esperávamos que a Astralis jogasse como se tivesse tudo a perder”, disse um membro do staff em entrevista anônima. A lição foi clara: no topo, não basta ser bom. É preciso ser consistente, disciplinado e mentalmente forte. A FURIA não caiu. Aprendeu.
Chengdu 2025: o grande desafio asiático
Agora, o foco está em Chengdu, na China. Em 4 de novembro, às 02:00 UTC, a FURIA enfrentará a G2 Esports em um BO3 no IEM Chengdu 2025. O torneio, parte do ESL Pro Tour, tem um prêmio total de US$ 1 milhão — e a FURIA é uma das únicas equipes da América Latina a estar entre os 24 convocados. O jogo será transmitido ao vivo pelo canal da ESL no YouTube, com comentários em inglês e português. Mas o que está em jogo vai além da vitória. É a prova de que uma equipe sul-americana pode competir com as maiores do mundo — não apenas em talento, mas em estrutura, preparação e mentalidade.Expansão global e o futuro do esports brasileiro
A FURIA não é mais só um time de São Paulo. É uma marca internacional. Seus jogadores agora falam inglês com fluência, treinam com coaches da Europa, e seus treinos são analisados por especialistas de Nova York e Tóquio. A organização abriu um escritório em Berlim, em parceria com a G2 Esports, para facilitar deslocamentos e contratações. Ainda não há planos de abrir filiais na Ásia, mas fontes internas confirmam que estão em negociação com uma empresa de tecnologia chinesa para patrocinar o time no PUBG. A meta? Estar entre as 5 maiores organizações de esports do mundo até 2027 — e não apenas por números, mas por respeito.
Por que isso importa para o Brasil?
Enquanto o futebol ainda domina os holofotes, o esports brasileiro está construindo um novo legado. A FURIA é a prova de que o talento local, quando bem gerido, pode competir no mundo. E não apenas competir — vencer. O Brasil já foi campeão mundial em CS:GO. Hoje, a FURIA está tentando reconquistar esse posto, mas com uma diferença: agora, não é só um time. É um movimento. Um exemplo de que o país pode ser mais do que um produtor de jogadores. Pode ser um criador de equipes, de marcas, de futuros.Frequently Asked Questions
Quem é YEKINDAR e por que sua chegada à FURIA é tão importante?
YEKINDAR é um dos jogadores mais letais do CS2 atual, conhecido por sua precisão extrema e capacidade de decidir partidas em momentos decisivos. Sua chegada à FURIA não é apenas uma contratação — é um sinal de que a equipe está disposta a investir pesado para competir nos maiores torneios. Ele já jogou por equipes como Team Liquid e foi peça-chave em vitórias no BLAST Premier 2024. Sua experiência e liderança são fundamentais para guiar o novo elenco da FURIA.
Por que a FURIA voltou ao PUBG depois de um ano fora?
A volta ao PUBG foi uma estratégia para manter a base de fãs e explorar um mercado que ainda tem grande audiência na América Latina. Apesar de o cenário não ser tão lucrativo quanto o CS2, o PUBG oferece oportunidades de patrocínio e visibilidade em países como Brasil, México e Colômbia. Além disso, o time quer testar novas dinâmicas de jogo que podem ser aplicadas ao CS2, como posicionamento e controle de espaço.
Como a FURIA está se preparando para o IEM Chengdu 2025?
A equipe passou os últimos meses treinando com coaches da Coreia do Sul e da Europa, analisando jogos da G2 Esports e da Team Liquid. Eles também realizaram sessões de simulação em horários asiáticos para ajustar o ritmo de jogo e o sono. Além disso, o time está usando a plataforma FACEIT para treinos em rank, e o staff está trabalhando com psicólogos esportivos para lidar com a pressão de jogar em um país tão competitivo como a China.
Quais são os próximos passos da FURIA após a temporada de 2025?
A FURIA planeja expandir sua estrutura com a abertura de uma academia de jogadores em São Paulo, focada em jovens talentos de 14 a 18 anos. Também buscam patrocínios em tecnologia e energia, e já estão em negociações para lançar uma linha própria de equipamentos — mousepads, headsets e cadeiras. O objetivo é se tornar uma marca de esportes eletrônicos com identidade própria, não apenas um time que compete.
O que a presença da FURIA em Chengdu significa para o esports brasileiro?
É um marco histórico. Nenhuma equipe brasileira havia competido no IEM Chengdu com um elenco completo e patrocínio internacional. A presença da FURIA mostra que o Brasil pode não só produzir jogadores, mas organizações capazes de competir no mais alto nível. Isso abre portas para outras equipes sul-americanas e incentiva investidores a verem o esports como um setor viável, não apenas um hobby.
                                                                        
novembro 4, 2025 AT 01:05
furia ta indo bem mas cadê o suporte pra jogadores jovens? a galera tá quebrando a cabeça pra sobreviver no cenário