Irã ataca Base Al Udeid no Catar e provoca alerta para americanos: escalada militar agita o Golfo
Igor Martins 8 agosto 2025 0 Comentários

Irã dispara mísseis contra base americana no Catar: tensão atinge novo patamar

Um ataque com mísseis lanzados pelo Irã na madrugada do dia 23 de junho de 2025 atingiu a base Al Udeid, principal instalação militar dos EUA no Oriente Médio, localizada no Catar. O golpe foi entendido como resposta direta aos bombardeios americanos realizados no dia anterior, que miraram três instalações nucleares iranianas após a entrada oficial dos EUA na campanha militar de Israel contra o Irã.

O aviso chegou para quem vive ou trabalha perto da base: a embaixada americana emitiu um alerta grave, recomendando que cidadãos dos Estados Unidos no Catar se abrigassem imediatamente. “Por precaução, recomendamos que todos fiquem protegidos até novo aviso”, dizia o comunicado. O Catar, num reflexo rápido, fechou temporariamente todo o seu espaço aéreo, paralisando pousos e decolagens.

Base Al Udeid: evacuação prévia e ataque anunciado

No centro do contexto está Al Udeid, peça-chave do aparato militar americano na região. Abriga cerca de 8 mil militares e funciona como base avançada do Comando Central dos EUA (CENTCOM). Poucas semanas antes, o próprio presidente Donald J. Trump havia passado por lá em visita oficial, reforçando o simbolismo do local.

No ataque, o Irã disparou seis mísseis – o número exato de bombas lançadas pelos EUA em território iraniano – segundo o comunicado do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã. Teerã fez questão de frisar que mirava longe de áreas residenciais, dizendo não querer colocar o Catar nem sua população em risco. O porta-voz do governo catari, Majed al-Ansari, chamou o episódio de ‘violação flagrante’ e disse que o país se reserva ao direito de reagir. Apesar disso, o governo catari afirmou ter interceptado todos os projéteis. O Pentágono, porém, preferiu não confirmar o êxito desse sistema de defesa.

Imagens de satélite obtidas por agências internacionais mostraram que, dias antes do bombardeio, a base Al Udeid já estava praticamente vazia de aeronaves e parte do efetivo havia sido deslocada. Essa evacuação às pressas ocorreu porque o ataque foi comunicado diretamente ao Catar e aos EUA, num raro exemplo de aviso prévio — provavelmente para evitar baixas e uma escalada irreversível.

Do lado iraniano, a operação recebeu o nome de ‘Glad Tidings of Victory’ (Boas Novas da Vitória). Teerã fez questão de demonstrar que sua retaliação seria proporcional e contida. O movimento parece seguir a lógica de ‘olho por olho’: número igual de mísseis e bombas, alvo militar isolado, e aviso aos civis e adversários políticos.

A repercussão foi imediata. Estados Unidos, Reino Unido e até a China recomendaram a seus cidadãos no Catar que buscassem abrigo e evitassem deslocamentos. Já os vizinhos Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait e Iraque decidiram fechar temporariamente seus próprios céus, escancarando a preocupação generalizada em caso de uma reação em cadeia pela região.

Esse novo ataque à base americana, o segundo na história recente do Irã (o anterior, batizado de ‘Operação Mártir Soleimani’, ocorreu em 2020), deixa o Golfo ainda mais tenso. A escalada chegou depois de semanas de hostilidades, como o ataque iraniano com drones ao consulado americano em Erbil, no último 16 de junho. Agora, todo o cenário parece prestes a virar mais um capítulo turbulento na já histórica rivalidade entre Irã e Estados Unidos no coração do Oriente Médio.