O Ceará Sporting Club foi humilhado por Mirassol Futebol Clube por 3 a 0, nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, no Estádio José Maria de Campos Maia, em Mirassol, São Paulo. A derrota, que deixou os cearenses com apenas 32 gols marcados na temporada — o terceiro pior ataque da Série A — não foi apenas um revés técnico, mas um golpe psicológico na campanha de sobrevivência. O time de Léo Condé não teve reação, nem no jogo, nem na alma. E agora, com apenas três rodadas restantes, a permanência na elite do futebol brasileiro parece mais distante do que nunca.
Um pesadelo que começou aos 2 minutos
O jogo nem chegou a começar de verdade. Aos 2 minutos, Negueba abriu o placar para o Mirassol, após um lance que gerou polêmica, mas foi confirmado pelo VAR. O árbitro inicialmente anulou, mas revisão mostrou que o jogador em impedimento não atrapalhou a defesa — e o gol foi validado. Foi como um soco no estômago. O Ceará, que já vinha de uma sequência de jogos sem vitórias, parecia resignado desde o primeiro apito. O segundo gol, aos 32 minutos, veio com Reinaldo, que aproveitou um erro de marcação da zaga cearense e finalizou com frieza. O terceiro, aos 16 minutos do segundo tempo (972 segundos, segundo o vídeo do Fanatiz), foi obra de Alesson, que dominou na entrada da área e encaixou no ângulo, sem chances para o goleiro Bruno Ferreira.Quase nada no ataque, muito erro na defesa
O Ceará teve 15 finalizações — número que soa impressionante até em um jogo de futebol de alta pressão. Mas apenas três foram direcionadas ao gol. Três. Enquanto isso, o Mirassol, com apenas cinco chutes certos, converteu três. É isso que diferencia uma equipe que luta por vaga na Libertadores de outra que luta para não cair. O técnico Léo Condé, que já vinha sob pressão, viu seu time perder a identidade. O meia Galeano, único a tentar algo de diferente, criou a melhor chance aos 18 minutos, após cobrança de escanteio. Deixou três marcadores para trás, passou para Fernandinho, que chutou de esquerda... mas o goleiro Walter fez uma defesa excelente. Foi o único momento em que o Ceará pareceu vivo. E mesmo assim, não deu certo.Cartões e silêncio nas arquibancadas
O árbitro aplicou dois cartões amarelos ao Ceará — Willian Machado aos 31 do primeiro tempo e Fabiano Souza aos 45. Nada que justificasse o nível de desorganização. O público do Mirassol, que entendeu que a vitória significava quase certeza de classificação para a Copa Libertadores da América 2026, gritou, cantou, comemorou. No outro lado, o silêncio era ensurdecedor. Até o "olé" que costuma ecoar quando o time joga bem... não veio. O jornalista do GE Globo resumiu com crueza: "O problema não é novo, mas sua gravidade aumenta a cada rodada".
As contas da sobrevivência
O Ceará tem 32 gols marcados — o mesmo número do Juventude. Mas tem 52 pontos, contra 51 do time gaúcho. A diferença está na defesa: o Ceará sofreu 59 gols, o pior índice entre os 16 primeiros colocados. Ou seja: não é só falta de ataque. É falta de equilíbrio. Para escapar do rebaixamento, precisa vencer pelo menos duas das três últimas partidas. E os adversários? Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras. Três times que, em casa, são quase invencíveis. O próximo jogo, sábado, 29 de novembro de 2025, às 21h, na Arena Castelão, em Fortaleza, contra o Cruzeiro Esporte Clube, é uma final antecipada. Perder, e a matemática vira inimiga.Um time sem rumo
O Ceará não é um time ruim. Tem jogadores experientes, como Galeano e Fernandinho. Tem torcida fiel, que lota a Arena Castelão mesmo nos piores momentos. Mas falta algo. Liderança. Estratégia. Confiança. O técnico Léo Condé, que já teve bons resultados em outras equipes, parece ter perdido o controle. Os jogadores parecem confusos. Não há pressão sobre o adversário. Não há organização defensiva. E quando o time tenta atacar, é como se estivesse esperando que alguém resolvesse por eles. O Mirassol, por outro lado, jogou como se fosse o jogo da vida — e foi. Porque, para eles, era mesmo. A classificação para a Libertadores estava em jogo. Para o Ceará, o que estava em jogo era a própria existência na Série A.
Quem pode salvar o Ceará?
Ninguém. Pelo menos, não agora. A diretoria não fez nada de diferente na janela de transferências. A torcida grita, mas não tem poder de mudança. O técnico, que deveria ser o estrategista, está sem respostas. E os jogadores, que deveriam ser os guerreiros, parecem desmotivados. A única esperança é a pressão da última rodada. Talvez, diante do Cruzeiro, o clima da Arena Castelão, o grito da torcida, o peso da história — talvez isso acenda algo. Mas até aqui, nada indicou que isso vai acontecer.Frequently Asked Questions
Por que o Ceará está tão mal na defesa?
O Ceará sofreu 59 gols em 35 rodadas — o pior índice entre os 16 primeiros colocados da Série A. A principal causa é a falta de coesão entre a zaga e o meio-campo, que não pressiona bem. Jogadores como Fabiano Souza e Willian Machado, apesar de experientes, estão com desgaste físico e mental. A ausência de um volante de marcação fixo também prejudica. O time perde a posição com facilidade e sofre em contra-ataques.
Qual é a situação matemática do Ceará após a derrota?
Com 52 pontos, o Ceará está na 16ª posição, apenas um ponto à frente do 17º colocado. Para garantir a permanência, precisa chegar a, no mínimo, 58 pontos. Isso exige duas vitórias nas três partidas restantes. O próximo adversário, o Cruzeiro, tem 60 pontos e está na 11ª posição — ou seja, é um time que ainda luta por vaga na Libertadores. Vencer em casa é difícil, mas necessário.
O Mirassol realmente garantiu vaga na Libertadores com essa vitória?
Sim. Com a vitória por 3 a 0, o Mirassol chegou a 57 pontos e se isolou na terceira posição do campeonato. Com apenas três rodadas restantes e 5 pontos de vantagem sobre o quarto colocado, a classificação para a Copa Libertadores da América 2026 tem 99,9% de probabilidade matemática. O clube, que nunca havia disputado a competição continental, está a um passo da história.
O que o técnico Léo Condé pode fazer para reverter a situação?
Léo Condé precisa mudar o sistema tático, talvez adotar um 4-2-3-1 com mais pressão no meio-campo e um volante fixo. Também precisa dar confiança aos jogadores, em vez de cobranças. A equipe precisa de um líder no campo — alguém que assuma a responsabilidade. Se não fizer isso, e não encontrar motivação nos jogadores, a queda será inevitável. O tempo está acabando.
Quais jogadores do Ceará estão em risco de serem vendidos após o rebaixamento?
Jogadores como Galeano, Fernandinho e o goleiro Bruno Ferreira têm alto valor de mercado e contratos que expiram em 2026. Se o Ceará cair, a tendência é que sejam negociados já no início do ano, para evitar perdas. O clube, que vive de venda de jogadores, não tem estrutura financeira para manter uma equipe de elite sem receita de transmissão e patrocínio. A perda da Série A significaria um corte de 70% na receita.
A torcida do Ceará ainda acredita na recuperação?
Muitos ainda acreditam — mas a fé está se transformando em desespero. Nas redes sociais, o hashtag #ForaCondé já superou 120 mil menções. Torcedores organizam atos de apoio na Arena Castelão, mas também há manifestações pedindo mudanças na diretoria. O clube, que viveu anos de glória nos anos 2010, agora enfrenta seu pior momento desde 2015. A perda da Série A não seria apenas esportiva: seria histórica.