O ex-lutador cearense Godofredo Pepey, de 38 anos, foi encontrado morto na manhã de domingo, 9 de novembro de 2025, dentro de uma unidade prisional na Flórida, nos Estados Unidos. A confirmação veio diretamente das autoridades locais, que comunicaram a família — e, por meio delas, o advogado Gaudênio Santiago, representante da esposa de Pepey, Samara Mello. A morte ocorre menos de cinco meses após sua prisão por acusações graves de violência doméstica, e ainda sem que as circunstâncias exatas sejam divulgadas oficialmente. O que se sabe é que Pepey estava preso desde 30 de junho de 2025, acusado de estrangulamento, sequestro com lesões e obstrução de comunicação com a polícia. A tragédia põe fim a uma trajetória que começou nos ringues do UFC e terminou nas celas de uma prisão americana.
Da glória do MMA à prisão por violência doméstica
Godofredo Castro de Oliveira, conhecido como Pepey, foi uma das figuras mais carismáticas do MMA brasileiro nos anos 2010. Ficou famoso ao participar da primeira edição do reality show The Ultimate Fighter Brasil, em 2012, e depois lutou em eventos internacionais, incluindo o UFC. Seu estilo agressivo e sua personalidade marcante o tornaram querido por muitos fãs. Mas por trás da imagem do guerreiro nas cordas, havia uma realidade sombria que só veio à tona em junho de 2025.Na noite de 29 de junho, em sua residência em Deerfield Beach, Pepey teria agredido fisicamente Samara Mello, causando hematomas no rosto e no corpo, destruído objetos da casa e a impedido de usar o telefone ou sair do local. Vizinhos ouviram gritos e acionaram a polícia no dia seguinte. As imagens que Samara postou no Instagram — seu rosto inchado, olhos roxos, cortes no lábio — chocaram o Brasil. Ela não escondeu o sofrimento. "Foi o pior dia da minha vida", escreveu ela, em uma legenda que viralizou.
A fiança foi fixada em US$ 120 mil — cerca de R$ 651 mil na cotação da época. Mesmo que o valor fosse pago, Pepey teria de se apresentar ao Departamento de Imigração e enfrentar possibilidade de deportação. Mas ele nunca pagou. Ficou preso. E, agora, está morto.
Morte sob custódia: o que ainda não sabemos
Até 10 de novembro de 2025, as autoridades da Flórida não divulgaram a causa da morte. Nenhuma autópsia foi concluída. Nenhum laudo oficial foi liberado. O que se sabe é que Pepey foi encontrado sem sinais vitais em sua cela. Não houve relato de violência externa, nem de tentativa de suicídio. A imprensa brasileira — G1, UOL, ESPN Brasil e Poder360 — reproduziu o comunicado do advogado: "A morte de alguém sob custódia é um fato grave. Existem procedimentos que devem ser cumpridos. Até lá, peço respeito à família. Evitem especulações."Isso não impediu que as redes sociais explodissem em teorias. Alguns dizem que ele foi assassinado. Outros, que se matou por desespero. Há quem acredite que o sistema prisional americano falhou. Mas sem evidências, tudo é conjectura. E o que importa, agora, é que uma vida se foi — e com ela, um caso que já tinha tudo para se tornar um marco na discussão sobre violência doméstica no esporte.
A vítima que virou defensora
Samara Mello, por sua vez, não está em silêncio — mas também não busca vingança. Ela está em processo de recuperação, física e emocional. Recebe apoio da Fighting Foundation, organização sem fins lucrativos fundada por Rose Gracie, que ajuda lutadores e suas famílias em situações de crise. A instituição está ajudando Samara com terapia, assistência jurídica e até com a logística para trazer o corpo de Pepey de volta ao Brasil."Ela não quer que isso se torne um espetáculo", disse Gaudênio Santiago. "Ela quer justiça, não vingança. Quer que o caso sirva para que outras mulheres não passem pelo que ela passou."
Samara já disse, em entrevistas privadas, que não culpa o MMA por isso. "O esporte não me bateu. Ele me ensinou a lutar. Mas o homem que amei... ele escolheu ser violento."
O legado que não se apaga
Godofredo Pepey foi um atleta talentoso. Um cara que levava o nome do Ceará para o mundo. Mas também foi um homem que escolheu a violência quando enfrentou seus demônios. A tragédia de sua morte não apaga os feitos dentro do octógono — mas exige que a gente olhe além da glória.No Brasil, onde o esporte é quase religião, esse caso vem à tona num momento em que a sociedade começa a questionar: até onde vamos celebrar um atleta que trata a mulher como inimiga? O UFC já emitiu um comunicado breve: "Lamentamos profundamente o falecimento. Nossos pensamentos estão com a família e os entes queridos." Mas não mencionou a violência doméstica. E isso, talvez, seja o maior silêncio de todos.
O que vem a seguir?
A família de Pepey, no Ceará, ainda não se manifestou publicamente. A polícia da Flórida prometeu um laudo em até 60 dias. Enquanto isso, Samara Mello segue com os trâmites legais para a liberação do corpo. A Fighting Foundation planeja uma campanha de conscientização sobre violência doméstica no esporte, com depoimentos de outras mulheres que sofreram abusos por parte de atletas.Na próxima semana, deve ser anunciada uma cerimônia em homenagem a Pepey no Ceará — mas não haverá festa. Apenas silêncio, flores e um pedido: que nunca mais alguém confunda coragem no ringue com violência em casa.
Frequently Asked Questions
Como a morte de Godofredo Pepey pode afetar o MMA no Brasil?
A morte de Pepey sob custódia pode acelerar debates sobre a responsabilidade das organizadoras de MMA, como o UFC, em monitorar o comportamento de lutadores fora do octógono. A Fighting Foundation já sinalizou que vai pressionar por programas de saúde mental e educação contra violência doméstica obrigatórios para atletas em contratos. Isso pode se tornar padrão no Brasil, onde o esporte é muito popular, mas pouco regulado em termos éticos.
Por que a fiança de US$ 120 mil não foi paga?
Apesar de o valor ser alto, não é impossível para alguém com a fama de Pepey. Mas, segundo fontes próximas à família, ele não tinha recursos líquidos no exterior, e os familiares no Brasil não conseguiram reunir a quantia em tempo hábil. Além disso, mesmo que fosse paga, a deportação era quase certa — o que pode ter feito com que ele desistisse de tentar sair da prisão. A situação financeira e emocional dele estava em colapso.
Quais são os próximos passos legais após a morte de Pepey?
Com a morte do acusado, o processo criminal é encerrado automaticamente nos Estados Unidos. Mas a Flórida ainda pode abrir uma investigação sobre as condições da prisão e se houve negligência. Samara Mello pode buscar uma ação civil contra o sistema prisional por possível falha na proteção — mesmo que Pepey fosse o agressor, o Estado tem obrigação de garantir segurança a todos, incluindo presos. Isso pode gerar mudanças nos protocolos de monitoramento de detentos com histórico de violência.
O que a Fighting Foundation está fazendo por Samara Mello?
A Fighting Foundation está cobrindo todos os custos de terapia psicológica, assistência jurídica e logística para a transferência do corpo de Pepey do Estados Unidos para o Ceará. Além disso, está preparando um programa de apoio a mulheres vítimas de violência no esporte, com parcerias com hospitais e ONGs. Rose Gracie já anunciou que a instituição vai lançar um documentário com depoimentos reais de 12 mulheres que sofreram abusos por parte de lutadores — e Samara será uma das protagonistas.
novembro 12, 2025 AT 18:05
Que merda. Esse cara tinha talento, mas escolheu ser um covarde com a mulher. Não adianta ser campeão no octógono se você é um porco fora dele. A vida dele acabou, mas o que ele fez com a Samara vai ficar pra sempre.
Espero que isso abra os olhos de todo mundo que idolatra lutador como se fosse herói. Ele não era. Era só um homem que perdeu o controle e pagou o preço.
Não quero ver mais nenhum atleta sendo celebrado enquanto esmaga quem ama. Isso aqui é um alerta.