Quando Dr. Ana Lúcia Pereira, climatologista da MetSul Meteorologia, divulgou as previsões para outubro de 2025, o alerta foi imediato. O boletim apontou uma ondas de calor que pode ultrapassar os 40°C em várias áreas do Brasil, além de temporais irregulares que deverão marcar a segunda quinzena do mês.
Contexto histórico e o papel da La Niña
O fenômeno La Niña 2025Pacífico Equatorial tem sido o grande motor das previsões. Segundo a análise da NOAA publicada em 29 de setembro, há 71% de probabilidade de que o evento se consolide ainda nesta primavera.
Historicamente, outubro costuma ser um dos meses mais quentes do calendário brasileiro, mas a combinação de resfriamento do Pacífico com a “gangorra climática” descrita pela MetSul indica extremos ainda maiores.
Detalhes da previsão para outubro de 2025
Os principais pontos levantados pela MetSul são:
- Temperaturas máximas acima de 40°C nos interiores de Mato Grosso do Sul, Goiás, o interior de São Paulo e no Triângulo Mineiro;
- Ondas de calor que podem alcançar 42°C nas cidades do interior de São Paulo e áreas do Centro-Oeste;
- Chuvas irregulares, com risco de precipitações intensas em Mato Grosso e na faixa litorânea paulista, enquanto o Nordeste permanece quase seco;
- Formação de corredores de umidade a partir da segunda quinzena, aumentando a frequência de temporais no fim da tarde em grande parte do país.
Na prática, isso significa que nas manhãs de 15 a 20 de outubro o céu poderá estar claro em Goiás, mas à tarde a mesma região pode ser atingida por um aguaceiro de até 50 mm em menos de duas horas.
Reações de autoridades e especialistas
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações ainda não emitiu um comunicado oficial, mas o secretário de Mudanças Climáticas, Luís Fernando Cardoso, afirmou que os estados mais vulneráveis devem ativar planos de contingência para energia elétrica e saúde pública.
Já a Associação Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) alertou que o risco de apagões aumenta quando a demanda supera 20% o consumo médio de outubro nos estados do Sudeste.

Impactos esperados na população e na economia
Para o agronegócio, a combinação de calor extremo e chuvas escassas pode reduzir a produtividade da soja em até 12% nas regiões sul do Mato Grosso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nas cidades, hospitais preveem um aumento de 30% nas internações por desidratação e crises cardíacas, principalmente entre idosos.
Além disso, o setor turístico sofre: hotéis na região do Triângulo Mineiro já relataram queda de 15% nas reservas para outubro, pois viajantes buscam destinos mais frescos.
Próximos passos e recomendações
Especialistas recomendam que a população:
- Hidrate-se constantemente, sobretudo nas primeiras horas da tarde;
- Evite atividades ao ar livre entre 12h e 17h nos dias de pico de temperatura;
- Mantenha-se informado através dos alertas da MetSul Meteorologia e dos serviços de defesa civil de cada estado;
- Tenha um plano de contingência para falta de energia, com lanternas e recipientes de água.
O acompanhamento da evolução da La Niña será crucial. A NOAA deve publicar uma atualização em meados de novembro, e a MetSul já sinaliza que a tendência de calor pode se estender até dezembro se o fenômeno permanecer ativo.
Perguntas Frequentes
Como a La Niña influencia as temperaturas no Brasil?
A La Niña reduz a temperatura da superfície do Pacífico Equatorial, o que altera os padrões de circulação atmosférica. No Brasil, isso costuma intensificar o fluxo de ar quente vindo do interior, elevando as máximas em 3 a 5°C nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Quais estados devem enfrentar as maiores ondas de calor?
Mato Grosso do Sul, Goiás, o interior de São Paulo, o Triângulo Mineiro e o Norte do Paraná são os mais vulneráveis, com previsões de máximas acima de 40°C em vários dias de outubro.
Qual a chance de ocorrerem temporais fortes?
A MetSul estima que há 60% de probabilidade de temporais com precipitações superiores a 30 mm nas áreas de Mato Grosso e no litoral de São Paulo entre os dias 15 e 30 de outubro.
O que fazer para se proteger das ondas de calor?
Manter-se hidratado, evitar exposição direta ao sol nas horas mais quentes, usar roupas leves e ficar atento aos alertas de saúde emitidos pelos governos estaduais são as principais medidas recomendadas.
Como os setores agrícola e energético podem se adaptar?
Agricultores podem adotar técnicas de manejo de água e cultivar variedades mais resistentes ao calor. As concessionárias de energia devem planejar contingências, reforçar redes de transmissão e promover campanhas de uso racional durante picos de demanda.
outubro 1, 2025 AT 22:33
Galera, a situação está séria, mas dá pra se organizar. Hidrate-se bastante, principalmente nas manhãs antes que o sol vire fornalha. Evite atividades ao ar livre entre 12h e 17h nos dias de pico, e procure sombra ou ambientes climatizados. Se puder, mantenha um estoque de água e uma lanterna pronta, porque os apagões podem acontecer. Fique de olho nos alertas da MetSul e nas recomendações das defesas civis.