São Silvestre 2023: Kenianos dominam e Brasil garante pódio sólido
Igor Martins 26 setembro 2025 0 Comentários

Uma tradição que não para de surpreender

Todo fim de ano, São Paulo vira palco de uma das corridas mais esperadas do continente: a São Silvestre. São 15 km serpenteando pelas avenidas da capital, com subidas que testam até os atletas mais experientes. Em 2023, a prova manteve seu clima de festa e competição acirrada, reunindo milhares de amadores ao lado de corredores de elite vindos de todo o mundo.

O destaque ficou com o grupo africano, que mais uma vez mostrou por que domina as distâncias de rua. O queniano Wilson Too cruzou a linha de chegada em 44 minutos e 21 segundos, garantindo o primeiro lugar. Logo atrás, o tanzaniano Joseph Panga chegou a 44:51, enquanto o quêniano Reuben Poghisho completou o pódio em 45:26.

Mas a história não acabou nos três primeiros. O brasileiro Johnatas de Oliveira Cruz, que largou ao lado dos favoritos internacionais, terminou em quarto lugar com 45:32, pouco menos de um minuto atrás do vencedor. Para o Brasil, esse resultado representa um dos melhores desde a vitória de Marilson Gomes dos Santos em 2010.

Brasil no caminho da retomada

Brasil no caminho da retomada

O resultado de Johnatas tem mais significado do que parece. Nos últimos anos, a competição tem sido quase exclusividade dos corredores do Quênia e da Etiópia, deixando poucos espaços no pódio para atletas de outras nacionalidades. O fato de um brasileiro estar tão perto do topo mostra que o treinamento de alta performance no país está evoluindo.

Nas provas femininas, as atletas brasileiras também marcaram presença forte, competindo diretamente com corredoras de elite de diferentes países. Embora o texto original não detalhe os nomes, o clima de participação intensa das brasileiras reforça a ideia de que o atletismo de rua está ganhando força no Brasil.

O percurso da São Silvestre é conhecido por suas subidas íngremes, especialmente nas últimas cinco quadras, que exigem não só resistência, mas estratégia de ritmo. Condições climáticas amenas e a energia da torcida nas ruas ajudaram a criar uma atmosfera única, combinando o espírito de competição com as celebrações de Ano Novo.

Organizadores garantem que, além do prêmio em dinheiro, a corrida oferece visibilidade global para atletas que desejam encerrar a temporada com chave de ouro. Por isso, muitos corredores de elite alinham seus calendários para estar em São Paulo no último dia de dezembro.

O domínio africano na prova reflete uma tendência mundial: corredores do Quênia e da Etiópia continuam a ser referência em corridas de longa distância. Entretanto, a presença cada vez maior de brasileiros nas posições de destaque sugere que o país está investindo em preparação, técnicas de treinamento e apoio institucional.

  • Vitória masculina: Wilson Too (Quênia) – 44:21
  • 2º lugar: Joseph Panga (Tanzânia) – 44:51
  • 3º lugar: Reuben Poghisho (Quênia) – 45:26
  • 4º lugar brasileiro: Johnatas de Oliveira Cruz – 45:32

Com a corrida se consolidando como um ritual de despedida do ano, a expectativa é que a competitividade aumente ainda mais nos próximos anos. O que fica claro, ao menos por hoje, é que os corredores brasileiros estão cada vez mais perto de romper o monopolismo africano e, quem sabe, trazer novamente o troféu para casa.