Israel planeja ataque ao Irã sem aval dos EUA: dois caminhos na mesa
Marcos Peçanha 13 junho 2025 0 Comentários

Tensão máxima: Israel considera agir sozinho no Irã

A possibilidade de Israel atacar o Irã sem o aval dos EUA nunca esteve tão em pauta entre militares e líderes israelenses. O cenário, que já era explosivo, ganhou novos contornos em junho de 2025 com ações concretas de Israel contra alvos nucleares iranianos. Apesar das relações próximas, Washington mostrou resistência em apoiar diretamente uma nova ofensiva, o que levou Tel Aviv a desenvolver planos independentes.

No centro dessa tensão está uma preocupação antiga: o avanço do programa nuclear do Irã. Autoridades de Israel garantem que não vão tolerar uma bomba nas mãos dos iranianos e, por isso, elaboraram estratégias detalhadas para agir sozinhos. As operações recentes serviram como aviso claro ao regime de Teerã de até onde Israel estaria disposto a ir.

Dois planos, riscos e respostas

Dois planos, riscos e respostas

De acordo com fontes militares próximas ao gabinete de segurança israelense, dois caminhos diferentes estão sendo discutidos. O primeiro envolve ataques cirúrgicos coordenados contra instalações nucleares estratégicas no Irã, usando mísseis de precisão e aviões de combate furtivos para tentar atrasar o progresso atômico do país. O objetivo seria destruir equipamentos sensíveis, como centrífugas e reatores, e atingir centros de comando militar ligados ao desenvolvimento nuclear.

Já o segundo plano é ainda mais ousado: ele prevê uma série de ataques em ondas, com uso intensivo de drones armados e mísseis de cruzeiro lançados a partir de diferentes frentes, incluindo bases no mar Mediterrâneo. Essa abordagem tentaria saturar as defesas aéreas iranianas, causando danos ainda maiores e dificultando a retomada rápida dos projetos nucleares.

A resposta iraniana também começou a tomar forma. Nos últimos dias, drones lançados do Irã foram interceptados sobre Israel e territórios vizinhos. Os dois países trocam ameaças quase diárias e qualquer ação mais agressiva coloca em risco rotas marítimas, infraestrutura de recursos energéticos, e pode envolver satélites ou ciberataques. Inclusive, analistas apontam que Teerã mantém milícias apoiadas em diferentes pontos do Oriente Médio justamente para responder de maneira indireta.

Nesse tabuleiro delicado, Israel pesa o custo do isolamento em uma iniciativa sem o apoio explícito de seu principal aliado, mas também calcula o benefício de mostrar força ao Irã. Fontes próximas ao governo afirmam que, apesar dos riscos, a linha vermelha de Israel segue clara: não permitir que os iranianos avancem além de certos limites nucleares.

Enquanto isso, civis nos dois países convivem com a incerteza de uma escalada repentina. A troca de operações e a preparação para grandes ofensivas deixam claro que uma decisão pode ser tomada a qualquer momento, independente das conversas diplomáticas em andamento.